Devem, ou não, os clubes que militam no campeonato distrital da 1ª divisão ser obrigados a inscrever uma equipa nos escalões de formação?
Esta é, na prática, a grande questão que vai estar sobre a mesa durante a Assembleia Geral extraordinária da Associação de Futebol de Beja (AFB), agendada para esta quinta-feira, 12, a pedido da direcção da instituição.
O caso “rebentou” depois dos presidentes do FC São Marcos e do Panóias, Manuel Batista e Luís Martins, respectivamente, terem afirmado publicamente que as suas equipas dificilmente entrariam no “Distritalão” de 2012-2013, dada a impossibilidade de reunir jovens suficientes para garantir uma equipa nos escalões de formação.
“É um grande problema para nós, pois é difícil para um clube como o FC São Marcos ter camadas jovens. Onde é que vou arranjar miúdos?”, questiona Manuel Batista, corroborado pelo seu homólogo de Panóias.
“A AFB devia ver, juntamente com os clubes, que não se pode comparar São Marcos ou Panóias a vilas como Castro Verde, Serpa ou Vidigueira, que são sedes de concelho e onde vive muita juventude”, argumenta Luís Martins.
A situação é complexa e levou os responsáveis pela AFB a convocarem a reunião magna de associados para esta quinta-feira, numa sessão que irá analisar e discutir uma eventual alteração dos pontos do Regulamento de Provas Oficiais (POR) relacionados com a questão, nomeadamente o 101.18 (e respectivo parágrafo único), que prevê que a partir desta época “o clube que não cumprir o estipulado no ponto 101.17 não poderá participar no campeonato distrital da 1ª divisão de seniores”.
A resolução do problema promete, contudo, ser pouco pacífica, uma vez que há clubes que apoiam a alteração dos regulamentos e outros emblemas que são claramente contra qualquer mudança de regras.
Entre estes estão, por exemplo, o Sp. Cuba, o Guadiana de Mértola, equipas que até poderão, eventualmente, beneficiar das desistências de FC São Marcos e Panóias do campeonato distrital da 1ª divisão.
“Como o nosso desporto é todo amador, deve-se dar apoio às camadas jovens. Senão é que se acaba mesmo com o futebol distrital a nível dos seniores!”, justifica o presidente dos “leões” de Cuba, António Machado, garantindo que o seu clube não pretende ficar no “Distritalão” através deste “expediente” burocrático.
Do outro lado da “barricada” estão, naturalmente, o FC São Marcos e o Panóias, assim como o Rosairense e o FC Castrense, que apesar de contar com equipas em todos os escalões admite uma revisão da legislação.
“Não sou contra a alteração do RPO, nem pouco mais ou menos. Porque há localidades que não conseguem de forma alguma arranjar equipas de futebol juvenil de um momento para o outro”, justifica o presidente do emblema de Castro Verde, Carlos Alberto Pereira.
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