Artes tradicionais nas escolas de Odemira

As crianças de cinco turmas do primeiro ciclo do ensino básico de Odemira, uma por cada um dos agrupamento de escolas do concelho, estão a aprender as artes e os ofícios tradicionais locais, numa iniciativa que junta alunos, professores e artesãos.

Trata-se do projeto-piloto “Kit Património Imaterial de Odemira”, desenvolvido pela CACO – Associação de Artesãos do Concelho de Odemira, no âmbito do programa OdeTE – Odemira Território Educativo, que arrancou no ano letivo de 2019-2020 e que, por força da pandemia, se prolongou por 2020-2021.

O objetivo central do projeto é “valorizar as artes e ofícios tradicionais do concelho de Odemira através do envolvimento da comunidade educativa numa dinâmica integrada de identificação, compreensão e interpretação da memória, mas também pela participação nos processos de inovação e utilidade dessas artes e ofícios tradicionais”.

“Pretendemos trabalhar a identidade local nas escolas, até porque faz parte do currículo do terceiro e quarto ano a cultura local. E este projeto pretendeu levar a cultura local e os saberes fazer tradicionais às escolas”, reforça Paula Lourenço, técnica da CACO, em declarações ao “CA”.

De acordo com esta responsável, numa primeira fase as crianças foram desafiadas a “identificar e avaliar” o seu conhecimento sobre o tema e a “fazer uma pesquisa junto da sua rede próxima, familiar e vizinha”, identificando “pessoas que tivessem um conhecimento das tradições”.

O resultado desta(s) pesquisa(s) chegou depois às escolas, onde foram escolhidos os temas a trabalhar. “Foi aí que entraram os associados da CACO, com o seu saber fazer, para se poder desenvolver um trabalho prático, de partilha de conhecimento e passagem de conhecimento aos alunos”, explica Paula Lourenço.

Nesse sentido, para o terceiro período escolar de 2019-2020 estavam previstas visitas às oficinas e idas dos artesãos às escolas, o que com a chegada da pandemia da Covid-19 acabou por ser cancelado.

Por isso mesmo, já em 2020-2021, a CACO reorganizou o projeto, que continuou em formato online através da realização de vídeos sobre quatro artes tradicionais (bordados, cerâmica, tecelagem e macramé), acompanhados da entrega aos alunos de um “Kit Património”, com matéria-prima para que estes possam construir as suas peças.

“Uma vez que houve de nova esta necessidade da escola em casa, algumas das professoras enviaram os kits com os alunos. Noutros casos vão ser ainda trabalhados presencialmente com os alunos na escola”, revela Paula Lourenço.

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Correio Alentejo

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