O músico bejense António Zambujo é um dos "embaixadores" da nova Orquestra Clássica do Sul (OCS), que se estreia esta sexta-feira, 4, em Tavira sob a direcção Cesário Costa, que é o seu director artístico e maestro titular, sendo solista o violoncelista Bruno Borralhinho.
A estreia de uma peça de António Pinho Vargas, um concurso de Jovens Maestros e a recuperação do património musical português são alguns projectos da OCS, "herdeira" da Orquestra do Algarve (OA) que tem um orçamento de funcionamento de 1,2 milhões de euros, sendo o da programação artística de 200 mil euros, disse à Lusa fonte da direcção.
Segundo Cesário Costa, a acção da OCS “não se limita à temporada de concertos, visa criar oportunidades numa perspectiva a médio e longo prazo, e a criação de parcerias, consolidando a programação e actividades da [extinta] OA no Algarve e na Andaluzia”, no sul de Espanha.
O maestro diz que o novo modelo permite alargar o território de actuação, incluindo o Algarve, Alentejo, Península de Setúbal e Andaluzia, assim como procurar parcerias nomeadamente com a Universidade de Évora.
No âmbito dos potenciais públicos Cesário Costa salienta a experiência da OA, realçando “a importância dos estrangeiros residentes no Algarve, que são um público regular dos concertos”.
Entre os projectos previstos, Cesário Costa refere uma digressão a Angola, no próximo ano, e o dos “embaixadores”.
Os "embaixadores" são “personalidades de reconhecido mérito nas suas áreas profissionais” que irão trabalhar com a OCS, casos de António Zambujo, do poeta e ensaísta algarvio Nuno Júdice e do escritor e político andaluz José Juan Díaz Trillo.
Entre as várias iniciativas previstas conta-se um concurso internacional de Jovens Maestros, um concurso para Jovens Solistas, destinado aos estudantes do sul de Portugal e de Espanha, e um “atelier” para novos compositores dirigido por António Pinho Vargas, a quem a OCS encomendou uma peça que será estreada nesta temporada.
A OCS manterá os Concertos Promenade, “uma tradição da OA”, como disse Cesário Costa, realizará também concertos pedagógicos nas escolas e para o público juvenil, e um estágio para alunos da Universidade de Évora.
A orquestra tem também previstos ciclos de música sacra, com o Messias de Haendel, o Magnificat, de Bach, e o Stabat Mater, de Pergolesi, de música barroca, um dirigido aos espaços monumentais algarvios, um outro, intitulado “mapa-mundi”, em parceria com os consulados registados no Algarve, que são cerca de 30, diz Costa.
Está igualmente previsto um outro ciclo dedicado à música americana com a participação da Orquestra de Jazz do Algarve.
Além da recuperação do espólio musical da Casa de Bragança, existente no respectivo Palácio em Vila Viçosa, a OCS propõe-se trazer à luz do dia obras orquestrais de compositores nacionais existentes na Biblioteca Pública de Évora.
No Verão de 2014, a OCS tem projectados concertos com Ana Moura, António Zambujo e Luísa Sobral.
Cesário Costa afirma que todos estes projectos são “com os pés assentes na terra” e que esta “é uma programação realista”.
“Temos condições para desenvolver estes projectos”, diz Cesário Costa, que realça a abertura de várias autarquias portuguesas e também a “abertura das autoridades espanholas”.
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