O empresário bejense António Chícharo considera que o mercado automóvel enfrenta actualmente a maior e a mais longa crise de que há memória, não sendo previsível a sua solução a curto prazo.
“A crise ainda vai continuar, porque além de ser económica e financeira, é também uma crise política e de valores. Os nossos políticos não têm instrumentos nem capacidade de resolver a quebra que se sente nesta altura no mercado automóvel”, vinca o responsável pela empresa concessionária da Toyota no distrito de Beja e presidente da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (Anecra).
Não escondendo que é a “primeira vez” que assiste a uma crise “com esta duração e dimensão”, António Chícharo vinca que as dificuldades do sector já não surgem apenas na comercialização de viaturas novas.
“Esta crise está a apanhar tudo! Venda de viaturas novas, assistência… Até a venda de viaturas usadas! Receber uma viatura usada nos dias de hoje é um problema do ‘arco da velha’, porque se se recebe um carro com um valor comercial superior a 10 mil euros, mesmo que esteja em bom estado, não tem mercado. Só há mercado para os carros de 2.000, 3.000 ou 4.000 euros”, nota.
