Nem todos nascem para ser grandes desportistas, mas o desporto deve estar ao alcance de todos: é esta a máxima que acaba por guiar o projecto “Todos diferentes, todos andebol”, que a Cautchú–Associação de Promoção e Desenvolvimento de Desporto tem vindo a dinamizar no concelho de Odemira.
O projecto nasceu da percepção que a associação tem “da realidade social existente no concelho” e tem por objectivo “a igualdade de oportunidades”, o “livre acesso ao desporto” e a promoção da “interacção e integração” de pessoas com deficiência na comunidade.
Nesse sentido, a iniciativa permitiu a criação de uma equipa de andebol adaptado para pessoas com deficiência intelectual, numa parceria com a Associação de Paralisia Cerebral de Odemira, Associação de Andebol do Algarve e a ANDDI. E por outro lado, tem possibilitado a integração de crianças e jovens migrantes nas equipas de andebol da Cautchú, contando para tal com a colaboração da TAIPA.
“Acreditamos que o desporto é uma área suficientemente forte para ajudar na integração das crianças e jovens migrantes, tendo como foco a diminuição de barreiras linguísticas, culturais e sociais. Uma bola e duas balizas quebram qualquer barreira, principalmente nas crianças”, sublinha ao “CA” o presidente da Cautchú.
De acordo com Pedro Almeida, o projecto tem alcançado resultados bastante positivos. “Na vertente do andebol adaptado já temos o processo em andamento e agora queremos melhorar e criar condições para que mais pessoas possam praticar a modalidade. Na vertente da comunidade migrante ainda não fizemos o trabalho exploratório que queremos fazer, mas ainda assim já nos vão chegando algumas crianças, nomeadamente das comunidades búlgara, nepalesa e indiana”, diz.
No caso do andebol adaptado, durante a época desportiva de 2017-2018 foram realizados dois treinos semanais, tendo a equipa participado em torneios de competição. “O objectivo é aumentar o número de praticantes que garanta a possibilidade de participar em competições, quer organizadas pela Federação quer organizadas pela ANDDI”, observa Pedro Almeida.
Quanto aos mais novos, o presidente da Cautchú afiança que o projecto pode crescer muito mais. “Existe necessidade e possibilidade da criação de condições para chegar a esta população-alvo, cada vez com maior expressão na comunidade e território. Assim, vamos avançar para a divulgação junto das comunidades migrantes das actividades e treinos, utilizando projectos que já respondam a esta realidade migrante”, como o CLAIM, o Giramundo ou ST-EG6, revela Pedro Almeida.
Para o presidente da Cautchú, o “Todos diferentes, todos andebol” é um projecto ainda com muito futuro. Por isso, “tudo faremos para criar as condições técnicas, logísticas e financeiras, no sentido de evoluirmos e cimentarmos estes dois eixos de intervenção, porque o retorno que se obtém é extremamente gratificante”, conclui.
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