Diz-se que depois de aprender, ninguém esquece como é andar de bicicleta, mas hoje são muitos os jovens que não sabem como circular em duas rodas. É esta a realidade que o Agrupamento de Escolas de Odemira (AEO) pretende contrariar, através do lançamento do projeto “Sobre Rodas”, que está a ser dinamizado desde este ano lectivo de 2023-2024 junto dos alunos do primeiro e segundo ciclos do ensino básico.
“A educação rodoviária virada para a sustentabilidade e de uma relação de zero agressão com o meio ambiente, reúne aqui um enorme potencial e tenho a certeza que vamos colocar Odemira no mapa das escolas da bicicleta”, afiança ao “CA” o professor Hugo Silva, responsável pelo projeto.
Segundo o docente, as iniciativas já realizadas “reúnem uma absoluta adesão por parte dos alunos”.
“É certo que a bicicleta é um objeto estranho na escola, mas aos poucos e poucos é cada vez mais alvo de curiosidade e procura para uso dos nossos alunos”, diz.
O projeto “Sobre Rodas” tem como objetivos “ensinar e fomentar a utilização da bicicleta” junto dos alunos do AEO dos cinco aos 11 anos, “no sentido de desenvolver a mobilidade sustentável, regendo-se por princípios como o da segurança (individual e rodoviária), do civismo, do respeito pelo meio ambiente e da relevância da prática da atividade física no contexto escolar sem nunca excluir as questões da saúde e da inclusão social”.
A meta é que o projeto “seja a primeira ‘pedra’ na introdução do ensino do ciclismo no primeiro ciclo escolar em Odemira”, explica Hugo Silva, que dinamiza a iniciativa em articulação com os professores das escolas básicas/centros escolares de Odemira, Boavista dos Pinheiros e Longueira.
O projeto estende-se também à Escola Básica 2,3 Damião de Odemira, junto dos alunos que integram o Grupo Equipa das Multiactividades do Desporto Escolar.
A iniciativa prevê ainda que, além do trabalho dos docentes, sejam criadas parcerias com associações sem fins lucrativos, empresas privadas ou instituições públicas “que tenham objetivos semelhantes relativamente à promoção do uso da bicicleta”, entre as quais a GNR/Escola Segura, Federação Portuguesa de Ciclismo ou o Desporto Escolar.
Segundo Hugo Silva, “ao longo deste primeiro ano de projeto serão levadas a cabo ações práticas do ensino de andar de bicicleta”, assim como “momentos dedicados à mecânica e à segurança”.
Os alunos participantes no projeto serão enquadrados “num dos três níveis de desenvolvimento, independentemente da sua idade”, sendo o trabalho a desenvolver “ajustado, quer em conteúdos quer em estratégias de ensino-aprendizagem, ao nível dos alunos”.