Agricultores do Baixo Alentejo reúnem-se esta sexta-feira, 10, em Beja, para definirem estratégias e formas de actuação com vista a "contrariar" o eventual desvio de verbas comunitárias afectas ao Alqueva e a "indefinição" à volta da conclusão do projecto.
A reunião, que foi convocada de "forma espontânea", através de mensagens trocadas entre agricultores, via telemóvel e correio electrónico, vai decorrer a partir das 11h00 no auditório da Expobeja, disse à Agência Lusa o presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA), Castro e Brito.
Segundo o responsável, a reunião vai servir para os agricultores definirem "estratégias e formas de actuação", que "permitam contrariar" o eventual desvio de verbas afectas ao Alqueva e a "indefinição" à volta da conclusão do projecto.
Trata-se de "um problema com consequências negativas para a região e para o país", refere o presidente da FAABA, que está "solidária" com os agricultores e "subscreve a base das suas preocupações".
De acordo com a FAABA, no âmbito da recente proposta do Governo de "reprogramação financeira" do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), poderão ser retirados 130 milhões de euros, que estavam destinados ao projecto Alqueva.
Se forem retirados 130 milhões de euros do Proder afectos ao Alqueva, "ficam disponíveis cerca de 97 milhões de euros, o que representa cerca de metade do valor necessário para a conclusão das obras", ou seja, "cerca de 200 milhões de euros".
Segundo Castro e Brito, os agricultores temem que a "indefinição" à volta da conclusão do projecto global venha a "privar de água" os investimentos de regadio já realizados a pensar nos prazos inicialmente previstos e que aguardam pela água de Alqueva.
Por outro lado, os agricultores também temem que o "clima de grande incerteza" à volta do projecto "inviabilize" os investimentos em projectos de regadio previstos realizar na área de influência de Alqueva.
O anterior Governo PS antecipou a conclusão do projecto Alqueva para 2013, depois de prevista para 2025 e revista para 2015.
Entretanto, a ministra da Agricultura do novo Governo PSD/CDS-PP, Assunção Cristas, disse que "não é possível" concluir o projecto em 2013, mas prometeu "grande empenho" para o terminar "tão cedo quanto possível", "desejavelmente até final de 2015", mas "depende das condições de financiamento do Estado".
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