Agricultores afetados por incêndios em Aljustrel exigem apoio

Os agricultores afetados pelo incêndio que, no final de junho, devastou mais de 1.000 hectares nas freguesias de Aljustrel e Messejana criticam a sua exclusão das medidas de mitigação aprovadas pelo Governo e exigem ser também apoiados.

Em causa está a resolução do Conselho de Ministros, aprovada a 28 de agosto, que determina que os apoios sejam apenas para os produtores afetados por incêndios entre as 00h00 de 26 de julho e as 23h59 de 27 de agosto, que é criticada pela Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB), com sede em Castro Verde.

“Não percebo porque é que esta zona do Alentejo não tem apoios”, diz o presidente da AACB, António Aires, garantindo que os agricultores sofreram “enormes prejuízos, nomeadamente nas vedações e na parte da pecuária extensiva”.

Em causa está um prejuízo de cerca de 450 mil euros registado em 12 explorações agrícolas do concelho de Aljustrel, onde as chamas devastaram uma área de cerca de 1.100 hectares de culturais anuais (cereais e restolho) e arbóreas, pastagens, palha e feno, além de cerca de 40 km de vedações.

Foi esta situação que levou a federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) a reclamar junto do Governo, em setembro, a alteração da legislação e a inclusão deste território nas medidas de apoio definidas, numa posição acompanhada pela AACB.

“Não percebo porque é que esta zona do Alentejo não tem apoios”, diz o presidente da AACB, António Aires

“Já fizemos diligências junto da CCDR do Alentejo, da CAP, da Confagri, da Comissão Parlamentar de Agricultura e até o ministro [da Agricultura] tem conhecimento [da situação], mas até ao momento não temos resposta nenhuma”, lamenta António Aires.

Ainda assim, o dirigente espera que o Governo possa vir a corrigir esta situação. “Esperamos vir a ter uma medida pelo menos igual aos outros agricultores que sofreram com os incêndios. O que reivindicamos é igualdade para todo o país e para todos os agricultores”, remata.

Também a Câmara de Aljustrel contestou, no início de setembro, a resolução do Conselho de Ministros sobre os apoios aos territórios afetados pelos incêndios deste verão, por esta não contemplar os danos registados neste concelho.

Em comunicado, o município criticou o “critério explicitado para a definição desta ‘janela temporal’”, considerando que este “discrimina negativamente o concelho de Aljustrel, que é um dos territórios do país com mais área ardida em 2025”.

“Não conseguimos compreender esta medida”, disse na altura ao “CA” o presidente da Câmara de Aljustrel, o socialista Carlos Teles, classificando a decisão do Governo de “injusta”.

“Parece que há produtores e agricultores de primeira e produtores e agricultores de segunda”, apontou.

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Correio Alentejo

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