Adega de Portalegre vai reduzir postos de trabalho

Adega de Portalegre vai

A Adega Cooperativa de Portalegre (ACP) está a sofrer uma reestruturação provocada pela dívida adquirida, tendo a redução da produção já conduzido à extinção de postos de trabalho.
A directora Fernanda Dias explicou à Agência Lusa que a reestruturação na ACP teve origem no “sobre-dimensionamento” da dívida que foi constituída na compra de uma outra adega, “há cerca de sete anos”, e que a reorganização da empresa foi, por isso, “inevitável”.
Em causa, está a compra da Adega da Cabaça, situada na periferia da cidade de Portalegre, equipamento que foi adquirido pela ACP por “cerca de dois milhões de euros”.
“O objectivo da compra era, de seguida, desenvolver um projecto no âmbito do programa "Agro", mas não foi aprovado, fazendo a ACP apenas a exploração da vinha que não paga o investimento”, disse.
A directora executiva recordou que a compra da Adega da Cabaça “desequilibrou” financeiramente a ACP que, na altura do negócio, não tinha um volume de facturação e uma saúde financeira que garantisse o empréstimo que foi contraído para adquirir a outra adega.
“A compra da Adega da Cabaça desequilibrou as contas da ACP. O sonho era alto”, recordou.
De acordo com Fernanda Dias a reestruturação da ACP é “estrutural” e passa pela reorganização do serviço da dívida, ou seja “aumentar o prazo de reembolso ao banco (situação já negociada e que vai até 2020), reestruturar os serviços, com uma melhor gestão dos custos e despesas de funcionamento”.
A criação de um plano de reembolso, entre quatro a cinco anos, para com os sócios da ACP (dívida histórica), e uma diminuição na área dos recursos humanos, que conduziu à extinção de quatro postos de trabalho, são outros dos pontos que marcam a reorganização da empresa.
“Os funcionários que saíram deve-se ao facto de termos uma diminuição de produção, obviamente que não podemos ter o mesmo número de recursos humanos, não é suportável. Eu não posso manter os mesmos recursos humanos ligados a uma linha de produção que fazia dois milhões de litros de vinho, quando eu agora tenho 800 mil litros”, explicou.
No entanto, nos últimos anos a ACP tem crescido no mercado interno, sendo esta área responsável por cerca de “28%” do volume de facturação, exportando ainda os seus vinhos para Moçambique, Angola, Alemanha e França.
A conquista de vários mercados em países africanos é outro dos objectivos que a ACP pretende alcançar a curto prazo.
Embora as contas ainda não estejam fechadas, Fernanda Dias indicou ainda que o volume de negócios da ACP em 2012 deverá situar-se nos “dois milhões de euros”, valor “idêntico” ao alcançado em 2011.

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Correio Alentejo

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