A ACOS-Associação de Agricultores do Sul, com sede em Beja, apresentou diversas propostas estratégicas nas áreas da floresta, regadio, agro-pecuária, ambiente e alterações climáticas no âmbito do processo de discussão pública da “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030”, elaborado por António Costa da Silva.
Em comunicado enviado ao “CA”, a ACOS revela que no sector das florestas propôs “a definição de estratégias específicas na área do eco-sistema montado que revertam o declínio a ele associado, agravado pelo impacto das alterações climáticas tendo em conta a importância económica, social e ambiental deste eco-sistema e a multiplicidade de actividades e produtos daí provenientes”.
Já em termos da exploração do espaço Hinterland Ibérico, proposto pelo plano, a ACOS propõe “a criação de um grande cluster agro-alimentar do Sul”.
“Este deverá abranger as culturas do regadio do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, as culturas hortofrutícolas do Litoral Alentejano e do Algarve e a grande diversidade de produtos de origem animal, de elevada qualidade, oriundos da pecuária extensiva desta vasta região do Sul de Portugal”, defende a associação.
A ACOS acrescenta ainda que, “para reforçar o conceito deste espaço geo-económico, e para uma efectiva aproximação às regiões transfronteiriças da Andaluzia e Extremadura, torna-se essencial o aproveitamento e a viabilização de acessibilidades e infra-estruturas de transporte, existentes e a desenvolver, designadamente, o aeroporto de Beja, a ferrovia e a rodovia”.
Quanto ao regadio, a associação bejense sublinha ser “fundamental contemplar alguns investimentos em mais estruturas de captação/retenção de água, aumento do volume de alguns reservatórios do sistema e abordar a construção de nova/novas barragens para fins ecológicos, designadamente para garantir o caudal do rio Guadiana”.
Finalmente, e no que toca ao combate à desertificação e à mitigação das alterações climáticas, a ACOS recomenda “a construção de reservatórios de água geograficamente distribuídos por toda a região Sul do País, que evitem o desperdício para o mar e funcionem não só como garante de abastecimento às populações, mas também para a agricultura e pecuária”.
