Mais de duas décadas depois, Emídio Charrua está de regresso à presidência do Mineiro Aljustrelense. O recém-eleito presidente esteve à conversa com o “CA” no Estádio Municipal, com muitas crianças a treinar no relvado, e deixou uma garantia: o futuro do clube tem de passar pela formação.
Foi presidente do Mineiro Aljustrelense de 1993 a 1995 e, 26 anos depois, está de volta ao cargo, sucedendo a Rui Saturnino. O que o levou a aceitar este desafio?
Sobretudo o gosto pelo clube da minha terra. Quem gosta do Mineiro tem o clube no coração e foi isso que nos moveu.
Temeu que o clube caísse numa situação de vazio diretivo? Foi isso que o levou a avançar?
Sim, também por isso. Estávamos num impasse e estava a ver que era complicado surgir uma alternativa. E vendo que entre o pessoal que tinha cessado o mandato havia alguns com vontade em continuar, e como mais ninguém queria ser candidato, avancei como cabeça-de-lista, aproveitando uma grande maioria do pessoal que já estava [nos órgãos sociais]. Agora vamos dar continuidade [ao trabalho] e melhorar algumas coisas.
Qual será a prioridade para este mandato?
Temos algumas ideias e queremos pô-las em prática. Desde logo, o Mineiro não pode de maneira nenhuma andar no “sobe e desce” [nos seniores]. Temos de começar pelas bases, o que se calhar só vai dar frutos por daqui a cinco ou seis anos. Mas agora estamos a receber muitos miúdos e vamos tentar aproveitar isso, fazendo alguns escalões que não tínhamos na formação. Repare que o Mineiro não tem tido formação em futebol de 11, mas vamos ver se conseguimos alterar isso. Vamos apostar muito nas camadas jovens, o que não quer dizer que a 1ª divisão distrital não seja também uma aposta.
Precisamente o futebol sénior: que Mineiro Aljustrelense podemos esperar em 2021-2022, no regresso à 1ª divisão distrital?
O Mineiro quando entra num campeonato, seja ele qual for, é sempre para ganhar. Não estamos a dizer que somos candidatos ou que vamos apostar na subida, mas quando o Mineiro entra em campo é para ganhar todos os jogos. Vamos fazer uma equipa baseada no plantel do ano passado, sobretudo nos jogadores da terra – porque os miúdos que jogaram o nacional e não são de cá, mas que já cá trabalham e têm casa, para mim, são considerados da terra. Ou seja, contando com esse pessoal, e com os jogadores da equipa “B”, vamos tentar fazer uma equipa engraçada, para fazermos um bom campeonato.
“Vamos apostar muito nas camadas jovens, o que não quer dizer que a 1ª divisão distrital não seja também uma aposta.”
Lutar pelo título é uma questão que, para já, não se coloca?
Como disse, somos um clube que, quando entra em campo, é sempre para ganhar. Não vamos dizer que somos candidatos e que vamos lutar pelo título… E se isso acontecer, cá estaremos! Mas vamos entrar em todos os jogos para ganhar, isso é óbvio. No fim logo se contam os pontos.
O Mineiro Aljustrelense conta, além do futebol, com secções de hóquei em patins e de patinagem artística. Que papel vão ter as modalidades no futuro do clube?
Vai ficar tudo como estava, pois temos seccionistas que se ocupam dessa parte. E, dentro do possível, vamos tentar dar todo o apoio para que essas modalidades não se percam e continuem a fazer o trabalho que têm estado a fazer.
Relativamente ao futuro, e à margem da componente meramente desportiva, a sua direção tem algum projeto ou objetivo mais ambicioso em mente?
Uma das grandes lacunas que temos é não termos um campo de apoio ao nosso estádio. Isto começa a estar saturado e esse segundo campo faz muita falta. Vamos tentar, com o tempo e em conjunto com a Câmara Municipal, ver qual é a possibilidade de arranjar outras condições. Outra das nossas apostas será a nossa sede, que já é da Câmara e que vamos tentar que seja remodelada, para lhe dar outro aspeto.